II Ultra-Trail de Sesimbra

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No passado domingo, dia 15, decorreu a 2ª edição do Ultra Trail de Sesimbra. Esta foi a minha segunda participação nesta magnifica prova.

Tal como referi na crónica do ano passado, no domingo tive que acordar muito cedo, para conseguir estar frente ao Hotel Sesimbra Spa antes do “tiro de partida,” que seria dado às 7h30. Como cheguei em cima da hora, já não tive tempo de ouvir o briefing inicial, mas ainda fui a tempo de arrancar com o grupo compacto de cerca de 150 atletas.

Lá corremos pela marginal, até passarmos o porto de abrigo e começarmos a subida para a pedreira. Devido ao frio matinal, e aos ameaços de chuva, iniciei a corrida com o corta-vento vestido. No entanto, rapidamente o despi e guardei na mochila, pois depressa aqueci, como de costume.

Ao fim de cerca de 4 kms, virámos para a esquerda, seguindo em direcção à praia do cavalo, e entrámos nos single-tracks iniciais (trilhos onde só passa uma pessoa) onde tiveram início as primeiras subidas e descidas da prova.


Altimetria

Este ano o percurso teve a particularidade de ser feito no sentido inverso ao do ano passado, o que nos permitiu efectuar a parte mais técnica da prova ainda com alguma frescura. Na minha opinião, isso foi vantajoso. Por outro lado , a perpectiva sobre as magnificas vistas proporcionadas pelo trajecto foi também a inversa do ano passado, o que terá os seus detractores e os seus apoiantes. Seja como for, a verdade é que o percurso é de facto de uma beleza única e existirão poucas provas de trilhos que permitam o usufruto deste tipo de paisagem natural.

Percurso

O trajecto estava muito bem marcado, com fitas vermelhas e brancas e marcações azuis no solo. Segui, inserido num pequeno grupo composto pelo Renato Velez, pelo Helder Rosa e por mim. Lá fomos cumprindo o carrocel de subidas e descidas o melhor que conseguíamos. Às tantas perdi o equilíbrio e dei uma queda aparatosa, mas sem quaisquer consequências para além de umas pernas e mãos esfoladas.


Caminheiros

Cerca do 13º km, descemos até às ruinas do Forte de São Domingos da Baralha. Depois subimos novamente e entrámos num estradão de areia que nos levou até ao Cabo Espichel, onde encontrámos o primeiro ponto de controlo, por volta do 16º km. Nesta altura seguia em 17ª posição. Depois passámos pelo Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel. A partir daqui a progressão foi relativamente fácil e rapidamente chegámos ao início do troço na praia do Meco, ao fim de 2h36 e 25,5 kms percorridos.

Os 3,5 kms da praia são bem durinhos e enquanto os percorro vou-me perguntando como será fazer 43 kms disto na Ultra Melides-Troia...

Saimos da praia e chegamos ao 2º ponto de controlo. Neste momento já passei para a 11ª posição. Daqui para a frente o trajecto é feito dentro do pinhal, de volta para Sesimbra. Tentei aguentar-me o melhor que podia, mas fui sempre com receio que a qualquer momento me desse um “estoiro” monumental. 

Ao 42ºkm, ao fim de 4h17, entro novamente na pedreira, a caminho do Castelo. Deste ponto em diante a minha prova é practicamente idêntica à do ano passado.

Pedreira

Os quilómetros até ao Castelo são bastante penosos mas vão-se fazendo. Quando finalmente chego lá ao alto, já levo 4h54 de prova.

A partir daqui é sempre a descer! Ganho fôlego e lá vou eu tentar percorrer os últimos 3 km o mais depressa que conseguir. Chego ao porto de abrigo e percorro a marginal até à meta, onde termino no 10º lugar da geral, 6º do escalão, após 5 horas e 12 minutos de muita dureza mas também de muita beleza natural. O meu Garmin marca 50,9 km. O objectivo principal, que como sempre é terminar, foi cumprido, mas, desta feita, com o prazer acrescido de ter melhorado a minha prestação em 1 hora e 20 minutos em relação ao ano passado.



Recebo um abraço do Eduardo Santos, reencontro a minha mulher e filhos, que fizeram a caminhada de 15 kms, e vou confraternizando com os atletas presentes e com aqueles que vão chegando. O Renato chega dois minutos volvidos, com um ar muito fresco, de quem aparentava estar apenas a começar.

Não deixo passar a oferta de uma (na verdade foram duas) cervejinha fresquinha, cortesia da organização. Aproveito a oportunidade para receber uma massagem revigorante, que muito bem me soube. Gostaria também de salientar a presença de insufláveis, que muita alegria deram aos petizes presentes, incluindo os meus filhos.

O Luís Mota teve mais uma excelente prestação, vencendo em 4 horas e 28 minutos. Uma vez mais, a organização de “O Mundo da Corrida” esteve muito bem. É sem dúvida um trail a manter e eu estarei cá para o ano para o fazer novamente.





Comentários

  1. Parabéns Grande Luis,

    Fantástico relato, melhor prestação!

    Desta vez menos 80 minutos é uma enorme evolução.

    Este ano não deu para participar, para o ano estou convencido.

    RunAbraços,
    NDA

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