Ultra-Trail du Mont-Blanc – Uma odisseia entre Mercúrio e Plutão, uma viagem interior – Posfácio
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Antes de mais nada uma palavra de apreço para a família: sem eles nada disto seria possível.
Antes de mais nada uma palavra de apreço para a família: sem eles nada disto seria possível.
De seguida outra palavra de apreço para todos os que me apoiaram e seguiram ao longo destas horas fantásticas: podem crer que vos levo comigo na alma.
Com esta completo a minha terceira prova de 100 milhas. Todas diferentes, todas magníficas.
Nesta pela primeira vez tracei um objetivo horário. Queria terminar a prova em menos de 32 horas. Tracei um plano, fiz a minha folhinha de excel com os tempos de passagem necessários em cada ponto (basicamente peguei na informação da organização acerca dos tempos previstos para o primeiro e acrescentei-lhe mais 55%).
E durante os primeiros 125 km cumpri rigorosamente o meu plano. Atrasei-me ligeiramente na subida para La Giete ao km 136, quando começou a anoitecer, mas ainda era realizável.
O problema foi que a partir daí deixei de conseguir descer a correr. Apenas conseguia um trote lento, que se foi acentuando ao longo das descidas seguintes, até que já só me consegui arrastar na última descida de todas elas: os 11 km de Téte aux vents foram cumpridos nuns paquidermicos 240 minutos, quando de acordo com o plano deveriam demorar apenas 90 minutos.
O mais importante de tudo é que cheguei ao fim exausto mas com saúde e isso dá-me uma enorme satisfação. As que sabem melhor são as que custam mais e não me arrependo nem por um minuto por ter sido ambicioso.
Como não posso ter objetivos de ganhar o que quer que seja, posso manter-me em prova mesmo quando o objetivo temporal já está fora do horizonte.
Um atleta de elite não se pode dar a esse luxo.
Lições para o futuro: treinar descidas muito longas e fazer reforço muscular específico.
Um bem haja para todos os que preenchem a minha vida de coisas boas!
Vídeos do UTMB (momentos de rara beleza)
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