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Os Filhos

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  Os Filhos

Poesia coxa

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Dente-de-leão na mão do meu filho Embarcar Sentado imóvel na laje do cais, vejo os veleiros saírem da barra e em cada um desejo embarcar. Sonho a viagem para destinos desconhecidos, vagamente adivinhados. Há qualquer coisa de indefinido no horizonte azul do mar que me atrai. Qualquer coisa de novo e de ameaçador. Qualquer coisa de imprevisto e excitante lá longe onde os mastros se afundam. E vou vendo, e sonhando... Sinto a brisa salgada acariciar-me o rosto trazendo a promessa de vento e tempestade. Sonho o içar da vela de Estai na proa do navio, exposto à borrasca O caçar da Genoa nos molinetes ou rizar a vela Mestra Ou navegar à orça fechada para onde o vento me levar E vou vendo, e sonhando... Entretanto vejo correr os dias na anónima e monótona passagem das sequências digitais, que vêm de lado algum e para lado nenhum se dirigem E sinto crescer dentro de mim um grito que não consigo apagar E vou vendo, e sonhando... (a angústia da influência: Pessoa j...

Pai

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Avô e Pai Bateu cá uma saudade... "Na enfermidade é que percebemos que não vivemos sós, mas acorrentados a uma criatura de outro reino, cujos abismos nos separam, que não nos conhece e pelo qual nos é impossível fazer-nos compreender: nosso corpo. Qualquer assaltante que encontrássemos no caminho, talvez pudéssemos sensibilizá-lo em seu interesse pessoal, senão pela nossa desgraça. Mas rogar piedade ao nosso corpo é discursar diante de um polvo, para quem nossas palavras não podem ter mais sentido que o rumor das águas, e com o qual nos aterrorizaríamos de ser condenados a conviver." - Marcel Proust, "O Caminho de Guermantes, À la recherche du temps perdu" O meu Pai faleceu no domingo, dia 18 de fevereiro de 2018, aos 83 anos, após 5 anos de luta constante (dele e da minha Mãe) contra as sequelas de um AVC. https://dorsal1967.blogspot.com/2013/10/grand-raid-des-pyrenees.html Segue-se um conjunto de emails trocado com um grupo ...