Gabriel García Márquez - Cem Anos de Solidão

Summary "Cem Anos de Solidão", de Gabriel García Márquez. Obra maior do Realismo Fantástico, conta a história da família Buendía, fundadores da fictícia cidad
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"Cem Anos de Solidão", de Gabriel García Márquez. Obra maior do Realismo Fantástico, conta a história da família Buendía, fundadores da fictícia cidade de Macondo. Alegoria da América Latina, enquanto sociedade patriarcal, socialmente conservadora e fatalista. Escrita permeada pela tragédia e pelo maravilhoso, encarna o mito do eterno retorno, desfiado ao longo de seis gerações de Josés Arcádios e Aurelianos Buendía.

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo."

“Todos os seres humanos têm três vidas: a pública, a privada, e a secreta. Para mim é suficiente ter a certeza que tu e eu existimos neste momento.”

“José Arcádio Buendía conseguiu por fim o que procurava: ligou a uma bailarina de corda o mecanismo do relógio, e o brinquedo dançou sem interrupção, ao compasso da sua própria música, durante três dias. Aquela descoberta o excitou muito mais do que qualquer das suas empresas descabeladas. Não voltou a comer. Não voltou a dormir. Sem a vigilância e os cuidados de Úrsula, deixou-se arrastar pela sua imaginação até um estado de delírio perpétuo do qual não voltou a se recuperar. Passava as noites andando no quarto, pensando em voz alta, procurando a maneira de aplicar os princípios do pêndulo aos carros de boi, às grades do arado, a tudo o que fosse útil posto em movimento. Cansou-o tanto a febre da insónia que certa madrugada não pôde reconhecer o ancião de cabeça branca e gestos incertos que entrou no seu quarto. Era Prudêncio Aguilar. Quando por fim o identificou, assombrado de que também os mortos envelhecessem, José Arcadio Buendía sentiu-se abalado pela nostalgia. 'Prudêncio', como é que você veio aqui tão longe!' Após muitos anos de morte, era tão imensa a saudade dos vivos, tão premente a necessidade de companhia, tão aterradora a proximidade da outra morte que existia dentro da morte, que Prudêncio Aguilar tinha acabado por amar o pior dos seus inimigos.”

Os trechos citados exemplificam a beleza e a profundidade da escrita de Márquez. A frase inicial, "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo", é uma das mais icónicas da literatura moderna, estabelecendo imediatamente um tom de nostalgia e fatalismo.

As reflexões sobre as três vidas dos seres humanos - a pública, a privada e a secreta - e a descrição da obsessão de José Arcadio Buendía pela inovação e pela invenção, até o ponto de delírio, são representações poderosas da complexidade da natureza humana e dos temas de solidão e destino que permeiam o romance.

"Cem Anos de Solidão" não é apenas uma história sobre uma família ou uma cidade; é um retrato épico que captura a essência de uma sociedade inteira, com todas as suas contradições, belezas e tragédias. A obra permanece como um marco literário, um testemunho do poder da imaginação e da habilidade de Márquez em tecer uma narrativa que é ao mesmo tempo profundamente local e universalmente ressonante


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