Provas Insanas - Transpyrenea 2016

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Inicío hoje uma série de posts dedicados a provas extremas de Ultra Endurance.



Começo por estabelecer a minha definição pessoal de Ultra Endurance.

Para mim Ultra Endurance é qualquer prova desportiva que exija um esforço continuado que ultrapasse um determinado número de horas, dependendo se estamos a falar de um atelta de elite ou de um atleta de pelotão.

Uma vez que o recorde mundial do Triatlo IronMan foi estabelecido neste ano de 2016, pelo Lionel Sanders, em Arizona 2016, com 07h44, e uma vez que a média do pelotão está calculada em 12h35, a minha definição estabelece que para a elite é um tempo em esforço superior a 7h30 horas e para o pelotão um tempo em esforço superior a 12 horas.








É frequente ser recebido com uma reação incrédula quando descrevo as provas de Trail Ultra Endurance em que participo. As pessoas que não conheçam a modalidade ficam espantadas que seja possível correr 215 km com 10.000 mD+ em 40 horas seguidas, sem parar para dormir.

E mais espantadas ficam quando começo a descrever as provas verdadeiramente insanas que têm lugar ocasionalmente por este nososo maravilhoso mundo fora.

Foi esse espanto que me levou a ter vontade de escrever acerca desses feitos épicos, que poucos julgam possíveis.





Começo por descrever algo que penso poderia estar ao alcance de uma pessoa "normal" como eu, caso dedicasse um esforço inteligente para cumprir uma preparação prévia adequada.

Trata-se da TRANSPYRENEA (Transpirenáica), que teve a sua primeira edição no verão de 2016 e terá a segunda em Agosto de 2018.







Esta é uma prova de cerca de 866 km de comprimento e 65.000 mD+, a ser completada em 400 horas de tempo máximo.

Atravessa os Pirinéus, de costa a costa, do lado francês, e é feita em autonomia quase completa, uma vez que apenas tem 3 bases de vida. Logo os atletas são forçados a transportar o equipamento e a alimentação suficientes para percorrerem autonomamente o caminho entre cada uma das bases de vida.










Para além disso tem a dificuldade acrescida de ser uma prova que não é balizada, ou seja não é marcada por fitas ou placas indicativas. Os atletas têm que se orientar pelas marcações do GR 10 (Grande Rota) que liga o Mediterrâneo ao Oceano Atlântico através dos Pirinéus com picos entre os 2500 e os 3000 metros de altitude.








Esta primeira edição contou com a participação de 6 ateltas portugueses e decorreu entre 18/07 e 04/08 de 2016.





De acordo com a preciosa informação prestada por Orlando Duarte:


244 atletas / 213 homens e 31 mulheres

Armada Lusa:

006 - João Oliveira
128 - Célia Azenha
139 - Jorge Serrazina
194 - Daniel Cardoso Dias
216 - Paulo Caparicas
242 - João Colaço
e ainda João Daniel de Melo

Dos quais 5 terminaram a prova.









Os vencedores da prova masculina foram dois franceses e um sueco que terminaram juntos, honrando o espírito de fair-play e desportivismo que caracteríza a modalidade de Trail Running.


1º - Jhoan Steene, Suécia,...........302:14:33
1º - Valery Causserieu, França....302:14:33
1º - Laurent Gueraud, França......302:14:33


A vencedora feminina chegou a andar em 3º lugar, mas foi ultrapassada no troço final conseguindo um excelente 4º lugar da geral absoluta.


1ª - Julia Boetger, Alemanha.........304:33:22
2ª - Keri Devine, Nova Zelândia....317:04:27
3ª - Cristina Tasselli, Itália.............334:09:15








Reparem no estado dos pés do sueco à chegada:





A vencedora:





Tabela Classificativa, com o primeiro portugues, João Oliveira, em 10º lugar.




Fotos da prova:



































































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